domingo, 19 de dezembro de 2010

Em outros "Natais"...

Papai Noel, o bom velhinho, numa revista infantil, mexendo com o imaginário das crianças da década de 1960.


Súplica do menino pobre
(Erathóstenes Menezes)

Papai Noel,
Papai Noel, meu bom amigo,
Há quanto tempo sonho contigo,
Papai Noel, velhinho bom,
De barbas brancas, sacola às costas
Toda cheinha de brinquedos
Para ofertá-los à meninada

Papai Noel, tu que és bondoso,
Ouve o que falo, sentidamente:
-No Natal do ano passado
Puseste brinquedos nos sapatos,
E destes uma roupa nova muito bonita
Ao filho do Miguelzinho,
Menino rico, que é meu vizinho,
E não me deste um só brinquedo

Papai Noel, ouve o pedido
Que te faço de coração:
-Não tenho Pai – Mamãe é pobre,
Não pode dar-me pelo Natal,
Uma roupinha, nem um brinquedo!

Papai Noel, neste Natal,
Vou colocar meu sapatinho
Todo estragado, lá no quintal.
E te suplico, Papai Noel
Nessa noite esplendorosa,
Noite santa do Natal,
Ponha dentro do meu sapato
O que lhe pedi, Papai Noel
Não tenho Pai – Mamãe é pobre
Nada, nada, me pode dar!

Se não me ouvires, Papai Noel,
Se lembrares somente dos meninos ricos,
Deixarei de te querer bem,
Para amar, somente, de hora em diante,
Ao Papai Noel – que está nos Céus,
Que diz Mamãe, que é meigo e santo,
E que de novo virá a terra;
Esse que ama pobres e ricos,
E quer bem a todas as criancinhas!

Fonte: Jornal O Sertanejo, Vitória da Conquista - BA, ano III, n. 105, 31 dez. 1964.

Carrinho (por Ivan Cabral)

Fonte: http://www.ivancabral.com/2008/10/charge-do-dia-carrinho.html

Presente de Criança (por Ivan Cabral)

Fonte: http://www.ivancabral.com/search/label/inf%C3%A2ncia

sábado, 30 de outubro de 2010

Meninos e meninas em outros carnavais...

Carnaval  (provavelmente em finais da década de 1920).
Fonte: Arquivo Público Municipal de Vitória da Conquista (APMVC)




De acordo com Mozart Tanajura (1992, p.147), "em 1927,no dia 27 de fevereiro, o Carnaval chegou em Vitória da Conquista com a apresentação de cordões e blocos". Ainda segundo Tanajura (1992, p.149), "os festejos carnavalescos deixaram, a partir de 1950, de ser realizados em casas particulares para abrigarem seus foliões em clubes, salões recreativos e, principalmente, nas ruas, onde existe, de fato, a grande festa popular".


Esta imagem elucida, de modo esplêndido, a presença de crianças e jovens nesta festa.


Não apenas é registrada a presença de crianças e jovens com uma posição social um pouco mais elevada [usando trajes carnavalescos  e colocando-se numa posição estratégica e harmoniosa], como também aparecem os pequenos "marginalizados"- tanto na sociedade como na presente imagem- meninos negros, mestiços, com pés descalços, vestidos de uma maneira disforme em relação aos demais.


A presença dessas crianças pobres, nas laterais da escadaria da antiga Igreja Nossa Senhora das Vitórias, posicionando-se ao lado das outras crianças, jovens e dos poucos adultos alí presentes, reforça a ideia de que esses meninos, que aparentam pertencer a uma categoria social menos favorecida, não se deixaram ocultar na festa do carnaval, muito menos na arte do fotógrafo


Referência Bibliográfica:


TANAJURA, Mozart. História de Conquista: crônica de uma cidade. Vitória da Conquista: [s.n.], 1992.